Artrose do ombro
A artrose do ombro é o desgaste da cartilagem da articulação gleno-umeral (ombro). A cartilagem recobre os ossos nas articulações, isto é, nas regiões onde possuímos movimento entre dois ossos a cartilagem deve estar presente. A cartilagem é um tecido completamente liso e é ligeiramente
macio, enquanto o osso é poroso, áspero e duro, lembrando uma pedra. Além da cartilagem, na articulação existe o líquido sinovial que funciona como um lubrificante, assim o movimento da articulação ocorre sem atrito. Na artrose, a cartilagem sofre uma degeneração (desgaste), perdendo essa característica lisa e macia, podendo gerar dor e limitação de movimento do ombro.
Existem vários tipos de artrose e diferentes graus. A mais comum é a artrose primária do ombro, que ocorre pelo desgaste natural da articulação com o passar do anos, sendo mais freqüente a partir dos 60 anos e que não tem uma causa específica. Outro tipo é a artrose secundária, sendo que nessas identifica-se um fator causal, como, por exemplo, um trauma, doenças reumatológicas, instabilidade articular e infecção, entre outras. Existe também a artropatia do manguito rotador, que é um tipo de artrose com características um pouco diferentes das descritas anteriormente, sendo que ocorre por uma lesão extensa do manguito rotador (saiba mais sobre artropatia do manguito rotador).
Dentre os tipos de artrose podemos classificá-las quanto seu grau: leve, moderada e grave. O diagnóstico pode ser feito através das queixas do paciente, que em geral são de dores e limitações progressivas, associado a exames de imagem. A radiografia simples do ombro fornece muitas informações quanto a presença de artrose e o seu grau, sendo suficiente para o diagnóstico. Ultrassonografias e ressonâncias magnéticas podem ser solicitadas para avaliar lesões associadas como por exemplo lesões do manguito rotador.
Normal
Moderada
Grave
O tratamento da artrose do ombro tem como objetivo o controle da dor e a diminuição da velocidade de progressão da doença, não existindo cura, já que a cartilagem que já foi desgastada não pode ser refeita. Inicialmente sempre deve ser feito de maneira conservadora, não importando o grau nem o tipo. Para isso utilizamos medicamento para controle da dor, como os analgésicos e anti-inflamatórios. Mudanças nos hábitos de vida, como atividade física, melhor alimentação e perda de peso auxiliam no controle da inflamação e, consequentemente, aliviam a dor. A fisioterapia é fundamental para melhorar a flexibilidade da articulação, com ganho de movimento e força, além de auxiliar também na diminuição da dor. Existem também medicamentos que tem como objetivo proteger a cartilagem, sendo eles os condroprotetores, como a diacereína, glucosamina e condroitina. O tratamento cirúrgico só deve ser levado em consideração após falha do tratamento
Prótese ressurface
conservador. Não existe idade, nem grau de artrose que indique o tratamento cirúrgico e sim sintomas importantes e limitantes, resistentes ao tratamento clínico. A cirurgia consiste em realizar uma artroplastia do ombro (prótese do ombro). Nos últimos anos, graças aos avanços tecnológicos, melhorias dos implantes, melhor conhecimento da anatomia e biomecânica do ombro e melhor técnica cirúrgica, os resultados das próteses de ombro estão cada vez mais satisfatórios, permitindo que o paciente ganhe função do membro com alívio importante da dor. Porém, é importante citar que tal cirurgia é um procedimento com moderado risco de complicações, devendo ser realizado apenas quando bem indicado por um especialista de cirurgia do ombro, após ter falhado as medidas terapêuticas não cirúrgicas.
Protese total de ombro
Prótese parcial